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Filme biodegradável feito com fécula do cará pode reduzir uso de plástico na Amazônia
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Flexível, filme biodegradável possui alto teor nutritivo e pode ser consumido com os alimentos

O recorrente descarte inadequado de substâncias no meio ambiente ocasiona uma série de impactos ambientais, tanto na Amazônia, como no restante do país.

Com intuito de reduzir o alto índice de poluição e degradação da natureza, um filme biodegradável, produzido a partir da fécula do cará, foi desenvolvido para substituir os plásticos sintéticos – feitos com polímeros derivados de petróleo – comumente utilizados para embrulhar alimentos.

Existe ainda a expectativa de que o material seja aproveitado para fabricação de canudos.

A película, feita por meio da mistura de água, amido e pequena concentração de glicerol, é flexível, comestível, resistente e pode apresentar variadas espessuras.

O ideal, é que não seja reutilizável, visto que se degrada num curto período de tempo em condições de temperatura ambiente.

Com o descarte, leva cerca de dois meses para se dissolver, sem risco à natureza ou aos seres vivos.

Antes de atingir o ponto firme, a substância gelatinosa também pode ser aproveitada como revestimento para cobrir frutas e aumentar sua durabilidade.

Por meio de testes, foi comprovado o maior prazo de consumo da manga e do tucumã, por exemplo – que normalmente se perdem em uma semana, em regiões de alta umidade.

Os produtos ficaram preservados por quatro meses, quando o teste foi encerrado.

A expectativa é de que com o avanço da tecnologia de alimentos seja possível aumentar este prazo, dependendo do alimento.

O projeto teve início ainda em 2017, quando a aluna de pós-graduação Ana Cecília Nina Lobato enxergou no cará, matéria-prima de fácil acesso no Amazonas, uma possibilidade de aperfeiçoar a elaboração de materiais biodegradáveis.

A partir de fontes renováveis, o objetivo é manter, ou até mesmo melhorar, a qualidade e conservação dos alimentos embalados, e ao mesmo tempo reduzir o uso de embalagens convencionais.

A ideia foi desenvolvida durante uma dissertação de mestrado pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em Manaus.

Para chegar ao resultado considerado ideal para conclusão da pesquisa, foram realizados vários testes com diferentes tubérculos, como inhame e batata-doce, mas, segundo a pesquisadora e orientadora do INPA, Francisca do Amaral Souza, o produto que mais se destacou foi o cará roxo.

“Nós já trabalhávamos com, mas não nesta textura. Fizemos um piloto desse projeto com a criação de um gel para cobrir frutos da nossa região. Ele apresentou bons resultados, aumentando a vida útil dos produtos”, explicou.

Por se tratar de um produto comestível, foi constatado, segundo a pesquisadora, que o biofilme manteve grande parte das propriedades nutritivas do cará roxo, que é rico em minerais, possui alto valor energético e contém diogenina – fito-hormônio que auxilia na prevenção de doenças, redução de peso e regulação hormonal – em sua composição.

A pesquisa concluiu que o aproveitamento da fécula na forma de biofilme detém grande potencial tecnológico e nutricional, mostrando-se como uma alternativa promissora para a cultura.

No entanto, ainda não há uma previsão de lançamento do biofilme no mercado.

O produto, segundo Francisca, está em fase de patenteamento e posteriormente será colocada à disposição das indústrias interessadas na produção em grande escala, tanto nos formatos mais espessos, como em gel

Produção

Para o desenvolvimento da pesquisa, os tubérculos foram coletados em roças e quintais de agricultura familiar em áreas de Floresta Amazônica no município de Caapiranga, localizado na margem esquerda do Baixo Rio Solimões a 147 km da capital.

Os produtos passaram por processos de higienização, descascamento, corte, trituração, filtração, decantação e fermentação, lavagem do amido. Após a secagem, o amido foi peneirado, triturado em liquidificador doméstico e armazenado.

A elaboração dos filmes foi realizada em misturas de água-amido-glicerol, variando-se a concentração de glicerol.

Em seguida, as misturas foram submetidas a aquecimento até a formação de um gel.

O gel formado foi espalhado em placas e resfriado em estufa a 40 °C durante 48 horas, o que deu origem ao material de textura gelatinosa, flexível.

Foto: Carolina Diniz/G1AM               
Fonte: Espaço Ecologico

   
       
 
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